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Por que a Selic de 15% ao ano não está gerando o efeito esperado, segundo o Inter

Perda de eficiência da política monetária tem relação com política fiscal e falta de confiança na meta de inflação conclui o banco

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Edição invistaja.info e MarketMsg

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JBSS3 | ROE: 0.2662 | P/Ativo: 0.149 | DY: 0.2618 | Cresc.5anos: 0.0857 | Pat.Liq: 45879800000.0 | ROIC: 0.1459

A política monetária é a principal ferramenta que o Banco Central tem para cumprir sua missão de garantir a estabilidade do poder de compra do real. Quando a inflação dispara, o BC aumenta os juros para frear a atividade e, consequentemente, a alta dos preços. No entanto, até uma Selic de 15% ao ano não vem impactando a economia tão significativamente quanto o esperado, segundo o banco Inter.

Relatório da instituição afirma que “mesmo com a Selic no maior patamar em quase vinte anos, os últimos três anos de juros contracionistas não aparentam surtir o efeito desejado na atividade econômica”. Os pesquisadores André Valério e Gustavo Menezes pontuam que a economia segue aquecida mesmo com uma política monetária contracionista desde 2022. 

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A taxa de desemprego no trimestre encerrado em agosto ficou em 5,6%, repetindo o menor patamar já registrado pela série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, enquanto o PIB (Produto Interno Bruto) subiu 2,2% no segundo semestre de 2025 frente o 2T24 e a inflação segue acima da meta. 

É esperado que a alteração da Selic leve algum tempo para impactar a atividade econômica, mas o contexto influencia a velocidade da transmissão da política monetária na economia real. Em seu modelo, o Inter afirma que a decisão inesperada de cortar os juros em 2012 – recebida com suspeita de influência política – foi cerca de 1 p.p. mais estimulante do que o corte da Selic em 2020, quando o BC estava reagindo às consequências da pandemia de Covid-19.  Porém, desde 2022, o impulso monetário aparenta ter uma quebra, “sem reflexos significativos em relação ao ciclo de alta”.

Canais de repasse “entupidos” 

A atual perda de sensibilidade da economia à restrição monetária ainda está dentro dos padrões históricos, mas motiva discussão sobre a perda de potência da política monetária, segundo os especialistas. A explicação está no “entupimento” de três canais que levam as consequências de uma Selic mais alta à economia real: câmbio, riqueza e expectativas e crédito. 

Um dos efeitos esperados de juros altos é a valorização da moeda, mas, enquanto os juros reais do Brasil ficam mais altos na comparação com pares latino-americanos, o real não tem valorização proporcional. O gráfico abaixo mostra que os dois indicadores não seguem a mesma tendência desde 2024: 

hotWords: esperado, selic gerando efeito

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Os pesquisadores afirmam que a preocupação do mercado com os gastos do governo pode explicar a ausência de valorização do real ante pares emergentes mesmo com um juro real em alta. “Assim, o desentupimento desse canal está possivelmente condicionado a reformas fiscais críveis”, diz o relatório.

A definição do patamar da Selic ainda tem o poder de balizar as expectativas de juros de curto prazo, que refletem a provável trajetória dos juros básicos, e de juros de longo prazo, que influenciam a precificação de ativos financeiros e, assim, impactam a riqueza das famílias. “Um aumento na taxa de juros longa reduz o preço de títulos e ações e famílias que são significativamente expostas a essas classes sofrem redução de riqueza e também na capacidade de financiar seu consumo na margem”, explicam os especialistas.

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Porém, o impacto dos aumentos da Selic nos juros longos vem caindo desde 2008, o que dificulta o trabalho do Banco Central, ainda que os pesquisadores ponderem que o canal da riqueza e expectativas seja o menos significativo. 

Por outro lado, o repasse da política monetária através do crédito ficou ligeiramente mais eficiente. Com a alta da Selic, os financiamentos ficam mais caros, o que aumenta a inadimplência e freia a atividade econômica. Porém, mesmo com o pequeno ganho de eficiência, esse canal segue “entupido”, já que as operações de crédito têm spreads historicamente altos, a concentração bancária no País é alta e limites nas taxas de juros do crédito direcionado – como no setor imobiliário – “impedem um repasse mais fluido da taxa básica de juros”, explica o Inter.

André Valério e Gustavo Menezes concluem que a perda de efetividade dos canais pode estar relacionada à falta de confiança na meta de inflação “arrojada” de 3%. “A taxa de juros resultante de uma meta inédita de 3% de inflação e um ajuste fiscal ainda pendente é um custo extremamente alto na política monetária”, escrevem. 

Os especialistas dizem que mais harmonia entre as políticas monetária e fiscal permitiria a convergência da inflação para a meta e ancoragem das expectativas. Assim, a normalização da Selic seria mais rápida e o crescimento da economia brasileira não seria tão impactado.

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REFLEXÃO: Harold Pollack, da Universidade de Chicago: Guarde entre 15 e 20% e invista em fundos de índices com taxa baixa.

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