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Procura por carros usados e seminovos bate recorde, com alta nos preços e crédito limitado

Impulsionado por juros elevados e valorização dos veículos novos, mercado de usados registra maior volume de vendas em 13 anos

Créditos: Marcus Lindstrom/iStock

Segundo levantamento da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), divulgado em janeiro de 2025, foram comercializados mais de 1,36 milhão de veículos usados apenas no primeiro mês do ano — um crescimento de 8,2% em relação a dezembro de 2024 e o melhor resultado para o mês desde o início da série histórica, há 13 anos.


A pesquisa foi baseada nos dados do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam), que compila informações sobre todas as transações de veículos no país. Impulsionada por fatores econômicos como o aumento nos preços dos veículos novos e a dificuldade de acesso a crédito, a procura por carros usados e seminovos tem crescido de forma expressiva no Brasil.


Outro estudo, realizado pela OLX Autos e divulgado pela BandNews FM, em março de 2025, aponta que 72% dos brasileiros preferem comprar carros seminovos, em vez de novos. O levantamento ouviu cerca de 2.500 pessoas, em todas as regiões do Brasil, entre os dias 15 e 22 de fevereiro deste ano.


Entre os principais motivos citados pelos entrevistados, estão o preço mais acessível (78%), a desvalorização menor ao longo do tempo (62%) e a variedade de modelos disponíveis (55%). Além disso, o relatório da Fenauto mostra que os carros com idade entre 4 e 8 anos foram os mais procurados, representando 32% das vendas totais no início de 2025.


Esse perfil demonstra que o consumidor está disposto a abrir mão de veículos mais novos, em troca de uma boa relação custo-benefício. A elevação dos preços dos veículos zero-quilômetro também é um fator decisivo.

Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), os carros novos registraram um aumento médio de 20,8% entre 2022 e 2024, pressionados por custos logísticos, alta no preço das matérias-primas e impactos do câmbio. Esse cenário afastou muitos consumidores das concessionárias, redirecionando a demanda para o mercado de seminovos.


O crédito mais restrito é outro obstáculo. Mesmo com o início da redução da taxa básica de juros (Selic), os financiamentos ainda apresentam parcelas elevadas. Segundo levantamento da CNN Brasil, com dados do Banco Central, a taxa média de juros para financiamento de veículos em 2025 está em torno de 26% ao ano, o que compromete o orçamento de boa parte dos consumidores.


A busca por seminovos também amplia as possibilidades de escolha, inclusive entre diferentes localidades. Além disso, como os preços de carros usados são mais baixos, os consumidores conseguem ter acesso a diferentes tipos de veículos e regiões, desde que os preços estejam acessíveis.


Um exemplo é a possibilidade de encontrar um Chevrolet Tracker em São Paulo por valores bem mais competitivos do que modelos similares novos ou de outras capitais. Com projeções otimistas para os próximos meses, especialistas do setor acreditam que o mercado de usados e seminovos seguirá aquecido.


A tendência é de que esse movimento continue enquanto persistirem as incertezas econômicas e o cenário de crédito limitado, fortalecendo o papel do segmento como alternativa inteligente e financeiramente vantajosa para os brasileiros.

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