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Qual o saldo que o mercado vê dos últimos dados dos EUA e Brasil para a Super Quarta?

Após divulgado de dados de inflação tanto nos EUA quanto no Brasil, como ficam as apostas para cortes por lá e subida de juros por aqui?

Informação para o trader investidor

Edição invistaja.info e MarketMsg

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Na manhã desta segunda, as apostas para um corte de juros pelo Federal Open Market Comittee (Fomc) do Federal Reserve (Fed) de 0,50 ponto percentual (p.p.) superaram a probabilidade de um corte menor. De acordo com a ferramenta CME FedWatch, a possibilidade de corte de juros pelo Fed em 0,50 ponto percentual seria de 65% contra 35% de apostas por um ajuste menor, de 0,25 p.p. Na quinta-feira, a ferramenta apontava chances de 28% de um corte maior contra 72% de taxas no intervalo de 5,00 – 5,25. Afinal, o que aconteceu?

De acordo com reportagem do Wall Street Journal, o debate sobre a dimensão do primeiro ajuste se mantém. A matéria de Nick Timiraos sugere que argumento para começar por cortes menores é que a economia está, fundamentalmente, bem. Como apontam alguns analistas, um corte de maior magnitude poderia sugerir maior alarme sobre a economia e fazer com que o mercado antecipasse um ritmo mais rápido de ajustes nos juros. Mesmo assim, o artigo de Timiraos teria influenciado a visão do mercado sobre a magnitude do ajuste.

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Apesar disso, Paulo Gala, economista chefe do Banco Master, afirma que, mesmo após os dados divulgados, o cenário mais provável para o Fed segue sendo o de corte de 0,25 p.p. Para Selic, a projeção é de um mini ciclo de alta, começando com 0,25 p.p já na semana que vem.

A visão de Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, é similar e sustenta que os indicadores divulgados não impactaram muito as expectativas anteriores. No Brasil, o IPCA levemente abaixo do esperado se deve a fatores específicos e pontuais, como redução no preço de energia. Assim sendo, o olhar do Copom se voltaria para uma projeção maior, mirando na resistência inflacionária no futuro próximo. Já lá fora, os indicadores de inflação demonstraram números já precificados no mercado e validam o corte em 0,25 p.p.

“Como é esperado que a inflação volte a subir nas próximas medições, e como a atividade mais forte é um dos riscos para a convergência da inflação, o impacto do IPCA deve ser menor na decisão do COPOM”, acredita Rafael Yamano, economista da SulAmérica Investimentos. A casa sustenta o cenário de aumento de 0,25 p.p. na Selic nesta reunião.

Em relação aos números da inflação dos EUA, ainda que o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, como é mais conhecido) tenha trazido dados já esperados, o núcleo teria vindo um pouco acima do esperado pelo mercado, de acordo com Gustavo Morais, analistas da VG Research.

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A interpretação de economistas é que isso poderia reforçar a necessidade de cuidado com corte mais agressivo. “Os dados não mostram a inflação caindo rapidamente e isso sugere, portanto, um banco central mais cauteloso lá, o que reforça as apostas de um início de processo de 0,25 p.p.”, sustenta Roberto Padovani, economista-chefe do banco BV.

Outra questão que fortalece a expectativa de corte de juros é o CDS (Credit Default Swap) de 5 anos dos EUA, que está atualmente em torno de 15 pontos base. Esse valor é significativamente menor que os 22 pontos base observados em 2023, e bem abaixo dos 35 pontos base registrados em meados de 2022, durante a fase mais crítica de aperto monetário do Fed, explica Jonas Carvalho, CEO da Hike Capital.

“A queda no CDS reflete a percepção de que o risco de inadimplência ou deterioração das finanças públicas dos EUA está recuando, reforçando a confiança no corte de juros para suportar o crescimento econômico sem causar grandes desequilíbrios financeiros”, explica Carvalho.

No Brasil, o IPCA considerado melhor que o esperado até lembra um pouco a história dos EUA, de acordo com Padovani. “O processo de convergência em direção aos rendamentos é muito lento e a gente nota uma fonte de cautela, de preocupação, a inflação de serviços aqui no Brasil rodando no patamar de 5% quando a meta é 3%”, afirma.

Mesmo assim, o divulgado não muda a história de aumento de taxa de juros por aqui, para o economista chefe do BV. Padovani comenta que os dados de atividade e de crescimento também sustentam a tese de economia aquecida. Isso se explica tanto pelos dados de serviços e varejo, com números fortes de julho, quanto pelas revisões de projeções do PIB. Os dados reforçam o cenário de alta de juros, em sua visão.

O economista destaca, no entanto, que para além da leitura de indicadores, é importante observar o que o Banco Central tem comunicado ao mercado sobre sua atuação na taxa básica de juros. “A comunicação foi no sentido de que esse processo deve ser gradual. Para os nossos padrões históricos, isso é um aumento de 0,25 p.p.”, afirma.

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