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Suzano e Klabin: qual companhia teve o melhor resultado no 4º trimestre – e o que esperar para o setor

Números da Suzano brilharam mais aos olhos do mercado, mas visão é positiva para as duas companhias com cenário de alta de preços de papel e celulose

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BRASIL | invistaja —  Duas grandes produtoras de celulose e papel do país, Klabin () e Suzano () divulgaram seus números na última quarta-feira, com resultados fortes, mas com a segunda brilhando ainda mais aos olhos do mercado.

Em teleconferências, as empresas ainda afirmaram que veem um cenário favorável para alta de preços da matéria-prima do papel nos próximos meses, frente o cenário de estoques apertados na cadeia global e gargalos logísticos e de produção do setor, aliados à demanda persistentemente aquecida por papel.

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Na noite de ontem, a produtora de papel e celulose Suzano lucrou R$ 5,914 bilhões no quarto trimestre de 2020, forte salto de 403% ante o resultado positivo de R$ 1,175 bilhão registrado no mesmo período de 2019.

O desempenho foi apoiado por um salto no resultado financeiro positivo da companhia, impulsionado por ganhos cambiais e com derivativos.

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A linha subiu de R$ 1,6 bilhão no quarto trimestre de 2019 para R$ 6,2 bilhões nos três meses encerrados em dezembro passado, além do resultado geral do grupo uma melhora operacional com queda no custo de produção de celulose. A companhia apurou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de R$ 3,965 bilhões nos três últimos meses do ano passado, crescimento anual de 61%.

Conforme destaca a Levante Ideias de Investimentos, o resultado veio forte e acima do esperado em termos de volume vendido de celulose e Ebitda, com redução do nível de endividamento e ganhos de sinergia com a fusão com a Fibria.

Os analistas apontam que os resultados foram fortes tanto no lado operacional, com a produção crescendo 10% em relação a 2019, quanto nas vendas, que avançaram 12% em volume total no ano, somando-se celulose e papel. Apesar dos preços da celulose no mercado internacional ficarem no patamar de mínimas históricas, a desvalorização cambial do real mais do que compensou esse efeito nos resultados da companhia.

Assim, eles preveem um impacto positivo no preço das ações no curto prazo, mesmo com a alta recente. As cotações, até o fechamento da véspera, já subiam 9,91% somente em fevereiro, devido às expectativas de resultados ainda melhores para 2021 e à valorização do dólar.

A companhia foi capaz de gerar mais de R$ 11 bilhões em caixa operacional, calculado com sendo o Ebitda menos os investimentos (Capex), com preços de celulose abaixo dos US$ 500 por tonelada, patamar em que muitos produtores de grande porte não atingem retorno econômico positivo devido aos custos de produção mais altos.

A Suzano ainda informou que completou o processo de captura de sinergias da fusão com a Fibria (aquisição concluída em 2019), que ficou acima das expectativas da própria companhia, alcançando R$ 1,3 bilhão por ano, proveniente de redução de custos, despesas operacionais em todas as áreas da companhia (administrativo, suprimentos, logística e comercial).

Após a divulgação dos números, o Credit Suisse reforçou a recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) para as ações da Suzano, mantendo-as como a top pick e colocando como a aposta mais alavancada para recuperação dos preços da celulose.

“A principal razão para bater as estimativas foram as vendas mais fortes no trimestre. Em conversas com investidores, foi notado que muitos estavam esperando embarques mais fracos na base trimestral (apesar da sazonalidade mais forte) devido a uma alta concentração de paradas para manutenção. No entanto, a Suzano conseguiu não apenas entregar um crescimento de 5% nos embarques na base trimestre, mas também reduziu seu estoque em outros 272 mil toneladas – corroborando a tese de que o mercado de celulose continua muito apertado no momento”, apontam os analistas, que possuem preço-alvo de R$ 77 para a ação.

Além disso, apontam, a empresa gerou um notável Fluxo de Caixa Livre para o Patrimônio Líquido de cerca de R$ 1,3 bilhão, especialmente considerando que os preços da celulose hardwood (fibra curta) ainda estavam baixos no trimestre, em US$ 456 a tonelada (recentemente, a companhia tem anunciado diversos reajustes de preços para a celulose). Isso, juntamente com o Ebitda  mais alto, reduziu a alavancagem em 0,8 vez, para uma relação de 4,3 vezes a dívida líquida sobre o Ebitda.

Já para a Klabin, os números não foram tão animadores, ainda que fortes. A XP Investimentos destaca que a companhia reportou números operacionais levemente abaixo do esperado no quarto trimestre.

O Ebitda recorrente de R$ 1,1 bilhão, excluindo R$ 206 milhões referentes aos ganhos provenientes da aquisição da International Paper, foi 5% abaixo da estimativa dos analistas e do consenso (queda de 10% na base trimestral e alta de 15% na comparação anual).

“O principal destaque positivo foi o volume de papel sinalizando uma continuidade da recuperação em mais setores da economia. Do lado negativo, custos mais altos contribuíram para o Ebitda abaixo da nossa estimativa. Além disso, volumes de celulose vieram em linha com a nossa previsão e os preços realizados foram 6% acima da nossa projeção com um melhor mix (fluff)”, apontam Yuri Pereira e Thales Carmo, analistas da XP, que mantiveram recomendação de compra para a ação, com preço-alvo de R$ 32.

Na mesma linha, o Bradesco BBI destaca que os resultados do quarto trimestre foram bons, apesar da pressão de custos, com a paralisação para a manutenção da planta de Puma, no Paraná que resultou em um impacto maior do que o esperado no custo-caixa de celulose, que atingiu R$ 1.128 a tonelada. Vale destacar que a primeira fase do projeto Puma II (digestor de celulose e kraftliner) está 78% concluída e o início está previsto para julho de 2021 (em linha com as expectativas do banco).

O BBI apontou ainda entre os principais destaques o aumento dos volumes de embalagens (caixas de papelão ondulado em alta de 50% no comparativo anual e sacos industriais 19% maior), suportado por condições de mercado mais fortes e a consolidação de ativos da Internacional Paper (volumes extras de cerca de 70 mil toneladas já no 4º trimestre). A flexibilidade operacional também continuou a crescer para papel, com vendas totais em queda de 2% no comparativo trimestral, mas com volumes domésticos em alta de 9% também no trimestre.

As vendas também foram melhores do que o esperado na divisão de celulose de 369 mil toneladas versus produção de 322 mil toneladas. A dívida líquida, por sua vez, caiu de R$ 21 bilhões para R$ 19,8 bilhões, com a relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado caindo de 4,6 vezes no terceiro trimestre para 4 vezes no resultado dos últimos três meses do ano. Além disso, há a expectativa pela nova fábrica de celulose, em Ribas do Rio Pardo (MS), com capacidade de expansão entre 2,2 milhões e 2,5 milhões de toneladas, o que pode levar a um aumento nas projeções para o preço-alvo da ação entre R$ 7 e R$ 12 (atualmente, o preço-alvo do BBI para a Suzano é de R$ 89, um potencial de valorização de 30% frente o último fechamento.

Suzano X Klabin: qual tem mais potencial?

Depois de apresentados os dois resultados, o BBI reforçou a sua preferência pela Suzano, avaliando que a companhia deve se beneficiar da maior parte do ciclo de alta de celulose em 2021, enquanto as tendências operacionais continuam positivas, com utilização da capacidade normalizada níveis (os analistas projetam produção e embarques de 2021 em 10,5 milhões de toneladas e 10,6 milhões de toneladas, respectivamente). A desalavancagem será, portanto, rápida, na avaliação dos analistas.

Além disso, há a expectativa pela nova fábrica de celulose, em Ribas do Rio Pardo (MS), com capacidade de expansão entre 2,2 milhões e 2,5 milhões de toneladas, o que pode levar a um aumento nas projeções para o preço-alvo da ação entre R$ 7 e R$ 12 (atualmente, o preço-alvo do BBI para a Suzano é de R$ 89, um potencial de valorização de 30% frente o último fechamento. Para os papéis KLBN11, a recomendação é também outperform, com preço-alvo de R$ 35, o que corresponde a um potencial de alta de 26% em relação ao fechamento de quarta-feira.

Na mesma linha, o Credit Suisse reforça a sua preferência por Suzano, com recomendação equivalente à compra para os ativos e com preço-alvo de R$ 77 – potencial de valorização de 13% -, enquanto possui recomendação neutra para Klabin, com preço-alvo de R$ 29,50, com upside de 5%. Por outro lado, o Bank of America tem recomendação de compra para as duas, mas vê potencial de valorização maior para Klabin, com preço-alvo de R$ 33 (alta potencial de 18,2%) enquanto que, para Suzano, o target é de R$ 74 (upside de 8,5%).

De acordo com dados da Refinitiv com compilação de analistas de mercado, a Suzano aparece com mais recomendações de compra, 9 no total, enquanto há 1 neutra e 1 de venda para ação; já para a Klabin, há 8 recomendações de compra, 4 neutra e nenhuma de venda. Assim, a visão é majoritariamente positiva para ambas as companhias, ainda que haja um consenso maior em torno de Suzano.

Em teleconferência com os analistas após o resultado, os executivos destacaram o cenário de alta dos preços para o setor em um ambiente de oferta ainda apertada e gargalos logísticos.

Tanto executivos da Suzano quanto da Klabin  citaram falta de contêineres para transporte de celulose a compradores, clientes com estoques em alguns casos abaixo do normal e perspectiva de paradas para manutenção de rivais no Hemisfério Norte, que devem levar mais tempo que o projetado diante dos impactos de novas infecções por Covid-19.

“A demanda é sólida e apoia o aumento de preços em todos os mercados, produtos e geografias. O mercado está curto no lado da oferta”, disse o diretor comercial da área de celulose da Suzano, Carlos Aníbal.

Já Alexandre Nicolini, diretor de celulose na Klabin, disse a analistas em teleconferência de resultados que “o ambiente de negócios está bastante favorável nos próximos meses…isso leva a crer em mercado forte no primeiro e segundo trimestres. O ano deve ser bastante favorável para industria de celulose”.

Aníbal afirmou que a Suzano terminou dezembro com o menor nível de estoques de celulose da história da companhia, após passar os últimos 2 anos reduzindo um volume excedente de 2 milhões de toneladas de seu inventário. Aproveitando o cenário favorável, o executivo da Suzano comentou que a companhia deverá produzir mais celulose neste ano em relação às quase 11 milhões de toneladas produzidas em 2020, que por sua vez foram 10% acima do volume de 2019.

Já Nicolini comentou que novas capacidades de produção de celulose a serem ativadas mais para o fim do ano na indústria global não devem afetar de maneira desfavorável a equação de oferta e demanda em 2021. Ele apontou que, apesar dos produtores de celulose enfrentarem pressão de alta de preços de produtos químicos e de combustível, a companhia não vai fazer parada de manutenção neste ano em sua fábrica no Paraná, deixando o processo para 2022. Isso deve ajudar a empresa a elevar produção este ano, ao mesmo tempo em que reduzirá custos.

No front de papel para embalagens, principal área de negócios da Klabin, as perspectivas também são positivas, com o aumento da demanda gerada pelo crescimento do comércio eletrônico no mundo, na esteira das medidas de isolamento social contra Covid-19. “O consumo de caixas no Brasil está lá em cima. Os estoques estão baixos…é cenário de reposição de preço acima da inflação que deve continuar por mais alguns meses”, disse o diretor da área de papéis da Klabin, Flávio Deganutti.

A situação dos mercados de papel e celulose deve ajudar ambas as companhias a acelerarem seus processos de redução de dívida, abrindo espaço nos balanços para novos projetos de expansão de capacidade. Ambas as empresas atravessam momentos definição de tais projetos. O presidente da Suzano, Walter Schalka, afirmou que a empresa poderá aproveitar essa queda mais rápida na alavancagem neste ano para decidir se acelera os planos para implantação de nova fábrica de celulose no Mato Grosso do Sul.

Enquanto isso, a Klabin deve iniciar em julho a operação de sua nova máquina de papel para embalagens no Paraná, a primeira do projeto de produção integrado chamado Puma II. A empresa também está “a semanas” de decidir sobre a implantação de uma segunda máquina de papel na unidade, disse o diretor da área.

(Com informações da Reuters)

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