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Taxas curtas caem apesar de ameaças de tarifas nos EUA; longas sobem

O recuo na ponta curta favoreceu a inclinação da curva, com as taxas na ponta longa encerrando em alta no Brasil

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As taxas dos DIs de curto prazo fecharam a segunda-feira em leve baixa, acompanhando o recuo do dólar ante o real, com investidores demonstrando cautela antes de incorporar aos preços as novas ameaças de imposição de tarifas dos Estados Unidos a produtos de outros países.

O recuo na ponta curta favoreceu a inclinação da curva, com as taxas na ponta longa encerrando em alta no Brasil.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para julho de 2025 — um dos mais líquidos no curtíssimo prazo — estava em 14,18%, ante o ajuste de 14,178% da sessão anterior. Já a taxa do contrato para janeiro de 2026 marcava 14,99%, em baixa de 5 pontos-base ante o ajuste de 15,036%.

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Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 14,9%, em alta de 8 pontos-base ante 14,816% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 14,83%, ante 14,764%.

No domingo o presidente dos EUA, Donald Trump, prometeu anunciar nesta segunda-feira tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, que se somariam às tarifas existentes sobre metais. Além disso, afirmou que anunciará tarifas recíprocas na terça ou na quarta-feira, que entrarão em vigor quase imediatamente.

“De forma muito simples, se eles nos cobrarem, nós os cobraremos”, resumiu Trump.

Em tese, a adoção de tarifas é um fator inflacionário para os EUA, com reflexos no dólar e na curva de juros norte-americana.

Essas novas ameaças de tarifas chegaram a impulsionar o dólar ante o real no início da sessão, o que também dava suporte às taxas dos DIs com prazos mais curtos. Às 9h18, a taxa para janeiro de 2026 atingiu a máxima de 15,07%, em alta de 3 pontos-base ante o ajuste de sexta-feira.

Mas passado o impacto inicial das ameaças, o dólar perdeu força ante o real e as taxas futuras de curto prazo passaram a cair, em meio à cautela dos investidores em colocar nos preços uma cobrança efetiva de mais tarifas pelos EUA.

Agentes do mercado lembravam que, no caso de México e Canadá, os EUA haviam anunciado tarifas comerciais de 25% na semana passada, para depois suspendê-las por 30 dias para negociar.

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“Depois dos anúncios de tarifas por Trump no fim de semana, havia a preocupação de que o mercado poderia experimentar maior volatilidade, mas isso não se concretizou”, comentou Luciano Rostagno, estrategista-chefe e sócio da EPS Investimentos.

“O mercado já está buscando absorver, incorporar nos preços as medidas de Trump de forma mais paulatina, porque sabe que ele está usando o aumento de tarifas como estratégia para conseguir avançar em outras frentes”, acrescentou.

Com o dólar em queda ante o real, as taxas curtas também demonstravam acomodação. Às 13h12 a taxa do DI para janeiro de 2026 atingiu a mínima de 14,93%, em baixa de 11 pontos-base ante o ajuste anterior.

Com o recuo na ponta curta, a curva a termo inclinou, com as taxas mais longas encerrando perto das máximas do dia.

Operador da mesa de renda fixa de um grande banco de investimentos disse à Reuters que a liquidez também era reduzida, com o mercado aguardando pela divulgação do IPCA — o índice oficial de inflação — de janeiro na terça-feira.

Pela manhã, o boletim Focus do Banco Central trouxe uma nova rodada de piora nas projeções de inflação. A mediana da projeção do mercado para o IPCA em 2025 passou de 5,51% para 5,58% e em 2026 foi de 4,28% para 4,30% — em ambos os casos bem acima do centro da meta contínua de inflação perseguida pelo BC, de 3%.

Neste cenário, o mercado segue precificando elevação de 100 pontos-base da taxa básica Selic em março, mas está dividido sobre o encontro seguinte do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, em maio.

Na sexta-feira o mercado de opções de Copom da B3 precificava 42,50% de probabilidade de alta de 50 pontos-base da Selic em maio, 25,50% de chances de elevação de 75 pontos-base e 19,00% de probabilidade de alta de 100 pontos-base. Atualmente a Selic está em 13,25% ao ano.

No exterior, em meio às ameaças de Trump e à expectativa antes de leilões de títulos do Tesouro norte-americano nesta semana, os rendimentos dos Treasuries demonstravam certa acomodação no fim da tarde. Às 16h38, o rendimento do Treasury de dez anos –referência global para decisões de investimento– subia 1 ponto-base, a 4,497%.

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REFLEXÃO: Tim Hanson, da Motley Fool: Compre ações impressionantes por preços que não refletem sua grandiosidade.

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