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As ações ordinárias da produtora de eventos Time For Fun (SHOW3) recuavam 8,56%, a R$ 2,99, por volta das 14h (horário de Brasília), após a companhia anunciar a suspensão dos shows do astro canadense Justin Bieber, que aconteceriam no Allianz Parque, em São Paulo, nos dias 14 e 15 de setembro.
Bieber, em comunicado, afirmou que está suspendendo a turnê do álbum Justice para cuidar da sua saúde – no início do ano, o cantor foi diagnosticado com a síndrome de Ramsay-Hunt e teve parte do seu rosto paralisada.
Desde o início dos boatos do cancelamento, na última quinta-feira, as ações da Time For Fun já acumulam queda de mais de 20%, enquanto o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, opera próximo da estabilidade no mesmo período.
+Time 4 Fun (SHOW3): Ações caem forte após suspensão de shows de Justin Bieber
“Em seu último balanço, essa companhia anunciou que recuperou receita e margens com a venda de ingressos do Justin Bieber em São Paulo”, comenta Souza. “Agora, se não ocorrer show, haverá a devolução dos ingressos. A Time For Fun verá o capital que melhorou seu balanço do segundo trimestre sair do seu caixa. Se ela tiver de devolver o dinheiro, ela ficará em situação mais complicada do que antes da publicação do balanço”.
No documento em questão, publicado no dia 11 de agosto, a Time For Fun destacou o sould-out dos dois shows do canadense.
“Geramos R$ 47,6 milhões em fluxo de caixa operacional, revertendo consumo de R$ 30,6 milhões do primeiro trimestre de 2022 e de R$ 33,5 milhões do segundo trimestre de 20219, principalmente devido ao recebimentos referentes ao Lollapalooza 2022 e da abertura da vendas dos shows de Justin Bieber”, disse a companhia na ocasião.
De qualquer forma, o especialista da SVN Investimentos destaca que a Time For Fun, durante a pandemia, mudou sua estrutura, cortando quase 50% dos gastos, e foi beneficiada pela Medida Provisória nº 1.101 – esta, vigente até 31 de dezembro deste ano, permitiu que produtoras de eventos não precisassem reembolsar clientes durante a pandemia.
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“A lei impôs que empresas que vendem ingressos, caso da T4F, não tivessem de devolver o dinheiro, gerando apenas crédito. Elas teriam, apenas, de fazer o evento que não aconteceu”, comenta Souza. “Ela não teve de devolver dinheiro, cortou custo. No último balanço, o mercado gostou bastante dos números. As ações subiram 13% no outro dia”.
Segundo o especialista da SVN, apesar da suspensão e da participação relevante do show cancelado na geração de caixa do segundo trimestre, a companhia continua com perspectivas positivas. “Tem R$ 103 milhões de caixa líquido, participação relevante em eventos importantes e voltou da pandemia com estrutura mais enxuta”, complementa.
Além disso, a Time For Fun, para Souza, conta com respaldos contratuais em seus eventos, que devem minimizar os efeitos do cancelamento do show do Justin Bieber. Cabe ressaltar que, segundo assessoria, os shows não foram cancelados, mas não há mais informações sobre novas datas.
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