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Um tribunal colombiano anulou a condenação do ex-presidente Álvaro Uribe Vélez, encerrando um dos capítulos mais polarizadores da recente história do país e abalando o cenário político colombiano a apenas sete meses das eleições presidenciais.
O Tribunal Superior de Bogotá decidiu que Uribe foi condenado injustamente em um caso envolvendo suborno de testemunhas e obstrução da justiça. Um tribunal inferior havia condenado o ex-presidente a 12 anos de prisão domiciliar em uma decisão histórica que o tornou o primeiro chefe de Estado colombiano a ser condenado por um crime.
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Uribe, 73 anos, continua sendo uma das figuras mais divisivas da Colômbia. Para seus apoiadores, ele é o líder firme que salvou a nação do colapso por meio de sua dura campanha militar contra rebeldes marxistas como as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Com a anulação da condenação, Uribe pode servir para unificar e fortalecer os conservadores do país, enquanto a oposição busca um candidato para as eleições presidenciais do próximo ano.
Embora constitucionalmente proibido de concorrer novamente à presidência, a decisão do tribunal garante que Uribe continuará a desempenhar um papel importante na política nacional. Analistas sugerem que ele pode buscar uma cadeira no Congresso para fortalecer o bloco de direita e influenciar a direção da próxima administração.
“Essa decisão vai beneficiá-lo porque ele pode voltar às ruas”, disse Pedro Viveros, analista político baseado em Bogotá. “Álvaro Uribe é uma figura que sabe aproveitar o processo eleitoral e impulsionar seu setor político.”
A decisão do tribunal também coincide com uma forte deterioração nas relações com os EUA, aliado de longa data na guerra antirrebelde e antidrogas da Colômbia. O atual presidente Gustavo Petro e seu contraponto ideológico nos EUA, Donald Trump, têm se confrontado repetidamente desde o início do segundo mandato de Trump, e o presidente americano anunciou no domingo que seu país cortará toda a ajuda externa à nação andina após críticas de Petro à recente ação militar dos EUA no Caribe.
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Foi durante o governo de Uribe, entre 2002 e 2010, que o Plano Colômbia, uma iniciativa militar e de ajuda externa dos EUA de bilhões de dólares para apoiar a luta da Colômbia contra cartéis de drogas e grupos rebeldes de esquerda, obteve avanços significativos contra a insurgência de longa data, embora tenha tido resultados mistos no combate ao cultivo de coca e à produção de cocaína.
De forma semelhante à resposta crítica da administração Trump à condenação criminal do ex-presidente Jair Bolsonaro no Brasil, os EUA criticaram a Colômbia pelo caso de Uribe, com o secretário de Estado americano Marco Rubio condenando o que chamou de “armação do poder judiciário colombiano.”
No entanto, muitos colombianos também veem um passado controverso — um presidente de dois mandatos cujo legado é manchado por supostos vínculos com grupos paramilitares de direita e pelo escândalo dos chamados “falsos positivos”, que envolveu o exército matando civis e depois os identificando falsamente como guerrilheiros para inflar as estatísticas de baixas rebeldes.
O presidente Petro criticou duramente a decisão, dizendo que o tribunal “encobriu a história do governo paramilitar na Colômbia” e acusou Uribe e seus aliados de ligações com o tráfico de drogas. Ele também afirmou que Trump agora estava “buscando sanções” contra ele com a ajuda daqueles que antes “ajudaram o paramilitarismo” no país.
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REFLEXÃO: Barry Ritholtz, da Bloomberg: Mantenha a simplicidade, faço menos e administre sua estupidez.
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