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ListenToMarket: Um pé nos anos 1980 e os olhos em Lee Iacocca: a visão de Trump sobre tarifas – Áudio gerado às: 18:20:38
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Uma potência asiática enchendo os Estados Unidos de produtos melhores e mais baratos, áreas industriais antes prósperas se tornando cemitérios de fábricas e com filas de desempregados. O cenário pode parecer ser o descrito por Donald Trump em campanha eleitoral — e depois, no cargo de presidente –, mas a época citada eram os anos 1980 e o autor desse desenho era um ícone do empresariado americano, o falecido CEO da Chrysler, Lee Iacocca. Não é por acaso, portanto, que a retórica trumpista esteja sendo comparada à daquela época.
Em artigo publicando nesta segunda-feira no The Washington Post, é lembrado que a maneira como Iacocca tratou a ameaça japonesa à indústria automotiva americana deixou uma marca profunda nas ideias de Trump.
Em entrevistas antes mesmo de entrar na política, Trump nunca escondeu a admiração e até a inveja do status obtido pelo principal executivo “mega celebridade” da América da era do pós-guerra, conforme descrito pelo Post.
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Na década de 1980, a ascensão do Japão era considerada a maior ameaça ao domínio dos EUA na economia mundial. E não havia alguém mais reverenciado para essa luta do que Iacocca, que – com a ajuda de um pacote de resgate federal apoiado pelos democratas – ressuscitou sua montadora da quase ruína financeira sob o ataque de importações japonesas.
“A menos que ajamos logo, vamos perder aço e automóveis para o Japão até o ano 2000”, escreveu Iacocca na época. “E o pior de tudo, teremos desistido deles sem lutar”, completou.
Conforme lembrou o site Politico em 2019, no obituário de Iacocca, a Chrysler transformou uma perda de US$ 1,7 bilhão em 1980 em um lucro de US $ 2,4 bilhões em 1984.
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Origem do MAGA?
Depois de resgatar a Chrysler, ele se tornou um pioneiro do protecionismo em períodos eleitorais. A autobiografia de Iacocca reinou na lista de best-sellers do New York Times por 88 semanas seguidas — 37 a mais do que o livro do próprio Trump “The Art of the Deal”, publicado três anos depois.
Outra curiosidade é que o capítulo 28 a biografia do ex-executivo tem o título “Tornando a América Grande Novamente”, a mais evidente associação que pode ser feita ao movimento MAGA de Trump.
Sobre a comparação entre os dois, Doron Levin, colunista de Detroit e apresentador do “In the Driver’s Seat” da Sirius XM, disse que Iacocca, como Trump e Ross Perot, são marcas que atravessavam os partidos políticos. “Eles são populistas”, diz Levin. “Eles podem concorrer em qualquer partido político, dependendo do ano eleitoral. Trump viu uma oportunidade como republicano em 2016 contra Hillary Clinton. Iacocca considerou seriamente concorrer como democrata em 1988 contra George H. W. Bush.
O The Washington Post destaca no artigo que, em seu livro “Behind the Wheel at Chrysler”, Levin escreveu que o debate sobre a garantia de empréstimos, o subsequente retorno da Chrysler à saúde e a publicação da autobiografia best-seller conferiram [a Iacocca] um status mítico, como o Winston Churchill econômico do país. “No auge de sua popularidade, muitos americanos acreditavam não apenas que Iacocca tinha as respostas para os males econômicos do país, mas também que ele deveria liderar o país como presidente.”
Agora, o bicho-papão de Trump é a China, mas a visão apresentada é a mesma de Iacocca sobre o Japão. Ele alertava sobre a ameaça do país asiático à base industrial dos Estados Unidos e pediu cotas de importação. “Sou chamado de protecionista, sou realmente um livre comerciante”, disse Iacocca em um discurso do Detroit Economic Club alguns anos depois do resgate da Crysler. “O que eu quero proteger é o livre comércio. E a maneira como você faz isso é retaliar contra aqueles que não acreditam nisso.”
Curiosamente, depois de se aposentar da Chrysler na década de 1990, ele ajudou a iniciar uma empresa de veículos elétricos, a EV Global Motors, pioneira nas bicicletas e patinetes elétricos que são comuns hoje e aclamados pelos democratas por suas baixas emissões.
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REFLEXÃO: Barry Ritholtz, da Bloomberg: Mantenha a simplicidade, faço menos e administre sua estupidez.
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