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Pazuello diz que o Brasil terá 562 milhões de doses de vacinas em 2021 e confirma acordo com Pfizer

Ministro da Saúde listou as vacinas compradas pelo governo e detalhou o cronograma de entrega de cada uma delas; confira

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Edição MarketMsg e invistaja.info

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MARINGÁ | invistaja.info — O Ministério da Saúde confirmou que fechou um contrato de 100 milhões de doses com a farmacêutica Pfizer nesta segunda-feira (15) e também divulgou um cronograma de vacinação que prevê 562 milhões de doses até o fim de 2021. O anúncio foi feito por Eduardo Pazuello, ministro da Saúde, que reiterou que fica no comando da pasta após especulações sobre sua saída.

O ministro ressaltou que essas 562 milhões estão previstas em contratos fechados com diversas farmacêuticas – o número seria suficiente para vacinar toda a população brasileira, que conta com cerca de 210 milhões de cidadãos.

“Temos mais vacinas contratadas do que brasileiros, mas não podemos contar com 100% das entregas, e precisamos manter algum estoque, além das vacinas que são de duas doses”, pontuou Pazuello ao apresentar o cronograma. E complementou que o objetivo é “chegar ao fim de 2021 com toda a população brasileira vacinada”.

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O ministro reforçou que esse cronograma pode ser alterado a depender do ritmo de entrega das farmacêuticas e de possíveis imprevistos. “A linha de produção pode parar, a farmacêutica pode não entregar, pode haver dificuldade na legalização das doses”, disse.

Confira o que foi divulgado:

Desde o início da vacinação pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), foram distribuídas 20,1 milhões de doses, segundo Pazuello.

Dentre a população que pertence aos grupos de risco – cerca de 77 milhões de pessoas, segundo a última atualização do governo -, o ministro afirmou que 15% já foram vacinados. “Até o final de abril [teremos vacinado] cerca de 88% dos grupos prioritários. É provável que em maio já tenhamos vacinado todos os grupos prioritários e, partir daí, todas as faixas etárias começarão a ser vacinadas – desde que tenham mais de 18 anos e não sejam imunodeprimidos”, afirmou o ministro.

Até o fim do mês de março, a expectativa é de que 47 milhões de doses sejam distribuídas no total, segundo Pazuello.

Vacinas contratadas pelo governo

Pfizer

O anúncio da contratação da Pfizer era muito esperado pela quantidade significativa de doses. Na coletiva, Pazuello confirmou o acordo com a farmacêutica e disse que as doses da vacina começam a chegar ao Brasil a partir de abril, com a entrega de 1 milhão de doses. Os outros lotes serão enviados em etapas que vão até setembro, quando o país terá recebido as 100 milhões de doses acordadas com a Pfizer, segundo Pazuello.

Considerado um dos imunizantes de maior eficácia no mundo até o momento, com até 95% de eficácia, a vacina da Pfizer enfrentava a resistência do governo em razão de cláusulas que previam a transferência de responsabilidade – barreira que parece ter sido eliminada.

A vacina da Pfizer/BioNTech está sendo aplicada nos Estados Unidos e no Reino Unido desde dezembro, além de ser o imunizante mais usado em Israel – país que mais vacinou no mundo até agora.

No Brasil, a vacina recebeu aprovação definitiva da Anvisa no dia 23 de fevereiro e é a única que conta com esse tipo de aval.

As vacinas CoronaVac, produzida em parceria com o Instituto Butantan, e a de Oxford, que tem parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), possuem apenas autorização para uso emergencial, apesar de serem os dois únicos imunizantes que estão sendo aplicados na população brasileira.

Pazuello já havia confirmado que a elaboração do contrato com a Pfizer estava em andamento no início de março e que o Ministério da Saúde também está em negociações com a Janssen.

Butantan

Pazuello destacou que até o fim dessa semana mais 5,3 milhões de doses da CoronaVac, a vacina produzida pelo Butatan, serão entregues. O governo do estado de São Paulo tinha adiantado a informação mais cedo, nesta segunda.

Hoje o Butantan também entregou ao Ministério da Saúde um lote de 3,3 milhões de doses da CoronaVac. João Doria, governador do estado, explicou que mais 2 milhões de doses da CoronaVac serão entregues nesta quarta-feira (17) – totalizando 5,3 milhões doses de vacinas nesta semana.

A previsão do governo federal é de que até setembro sejam entregues 100 milhões de doses da Coronavac.

Fiocruz

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Pazuello ressaltou que houve um atraso no cronograma inicial da Fiocruz, citando o atraso na chegada do ingrediente farmacêutico ativo (IFA), mas garantiu que a fábrica da Fiocruz está equipada e preparada para dar início à produção nacional a partir de abril.

“A partir de abril, a expectativa é de que a fábrica produza 1 milhão de doses diárias. Serão 100,4 milhões da Fiocruz até 31 de julho. O processo de transferência está quase dois meses adiantado – todos os equipamento instalados e os profissionais capacitados. A produção começa em abril e em maio estabilizaremos a produção do IFA nacional, o que nos dará independência na produção”, explicou.

Covax Facility

Pazuello também afirmou que o Brasil deve receber 2,9 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca até o fim de março, no âmbito da Covax Facility, aliança global criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para levar vacinas aos países em desenvolvimento. Essas vacinas serão produzidas na filial da farmacêutica britânica na Coreia. Outras 6 milhões de doses estão previstas até maio.

Outras 33 milhões de doses de diversas vacinas, mas que também fazem parte da Covax, devem ser entregues até o fim do ano, em prazos a serem definidos pela OMS – portanto sem data definida.

Bharat Biotech

Mais 20 milhões de doses da vacina indiana, produzida pela farmacêutica Barath Biotech, também estão contratadas e garantidas, segundo Pazuello. Nesse caso, as entregas estão previstas para começar ainda em março, com 8 milhões de doses. Outras 8 milhões de doses chegam em abril e mais 4 milhões em maio.

“Porém, até o momento a empresa sinalizou o embarque de 4 milhões de doses para este mês e até semana que vem deve sinalizar o embarque de mais 4 milhões”, comentou Pazuello.

Essa vacina, no entanto, não tem nenhum tipo de autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “A empresa ainda não concluiu a entrega do documentos à Anvisa. Os lotes só serão aplicados e pagos quando a vacina tiver essa aprovação”, disse Pazuello, acrescentando que a probabilidade de as vacinas chegarem a tempo “é média”.

Sputnik V

Em relação à vacina russa, Sputnik V, produzida em parceria com a farmacêutica brasileira União Química, Pazuello confirmou a assinatura do contrato que prevê 10 milhões de doses do imunizante, sendo que 400 mil doses chegam em abril, outras 2 milhões em maio e 7,5 milhões em junho.

Nesse caso, a documentação completa ainda não foi enviada à Anvisa, e essa vacina também segue pendente de aprovação para ser aplicada na população.

Janssen

No caso das vacinas da Janssen, braço de produção de vacinas da Johnson & Johnson, o contrato já fechado prevê a entrega de 38 milhões de doses, sendo 16,9 milhões em agosto e 21,1 milhões em novembro. Essa é a única vacina da lista que pode ser aplicada em uma dose só.

Moderna: ainda sem definição

O contrato de aquisição da vacina da farmacêutica americana Moderna ainda segue em andamento. Por ora, a previsão é que sejam entregues 13 milhões de doses no segundo semestre. Pazuello destacou o custo alto do imunizante e afirmou que as negociações continuam para que as partes cheguem a um consenso.

Saída iminente do Pazuello

Durante a coletiva, Pazuello confirmou que fica no cargo, por enquanto, mas foi objetivo em relação à sua saída. “O presidente sim está pensando na substituição, está pensando em nomes”, disse, ao contar que conversou com ele e a médica Ludhmila Hajjar, que foi convidada a assumir a pasta, mas negou a proposta.

As discussões sobre a troca no Ministério da Saúde ocorriam há meses, mas ganharam força nos últimos dias com a pressão de governadores, diante do colapso do sistema de saúde em diversos estados e da lenta campanha de vacinação, e de parlamentares, com a crescente ameaça de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a conduta de autoridades durante a crise.

Entre os nomes cotados estão o do cardiologista José Antonio Franchini Ramires e de Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia. No meio político, o deputado Dr. Luizinho (PP-RJ), que preside a Comissão de Seguridade Social e Família e coordena a Comissão Externa da Câmara dos Deputados de Enfrentamento à Covid-19 ganhou espaço.

Com a substituição confirmada, o país teria o seu quarto ministro da Saúde desde o início da pandemia do novo coronavírus, em março de 2020. Antes de Pazuello, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich comandaram a pasta.

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REFLEXÃO: Barry Ritholtz, da Bloomberg: Mantenha a simplicidade, faço menos e administre sua estupidez.

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