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BrasilAgro vende fazenda na maior negociação de sua história e Credit destaca melhor momento da empresa; ação sobe 4,3%

Venda da Fazenda Alto Taquari, em Mato Grosso ocorre à medida que os preços de commodities impulsionam negócios imobiliários da empresa

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Edição invistaja.info e MarketMsg

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CSAB4 | DY: 0.0455 | P/Cap.Giro: 0.0 | Cotacao: 45.0 | Liq.2meses: 1142.33 | Cresc.5anos: -0.0972 | PSR: 104.886

A BrasilAgro (AGRO3) anunciou na noite da última quinta-feira  (8) a venda da Fazenda Alto Taquari, em Mato Grosso, por R$ 589 milhões, na maior negociação da história da companhia, à medida que os preços de commodities agrícolas, especialmente da soja, impulsionam os negócios imobiliários da empresa. Os papéis AGRO3 fecharam com alta de 4,37%, a R$ 32,51.

A propriedade de 3.723 hectares, sendo 2.694 hectares úteis, foi vendida por um preço 65% superior à avaliação da própria empresa, divulgada no último balanço, em agosto, informou a companhia em fato relevante.

Mas a dimensão do negócio fica mais clara –assim como o impacto dos preços das commodities agrícolas na valorização das terras – quando se compara o valor que a BrasilAgro pagou, em 2007, pela área da fazenda vendida: apenas cerca de R$ 30 milhões.

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Na época da aquisição da propriedade, a BrasilAgro pagou por cada hectare útil da Alto Taquari cerca de 320 sacas de soja, enquanto o negócio fechado agora precificou o hectare da propriedade no município de mesmo nome a 1.100 sacas, notou o CEO da BrasilAgro, André Guillaumon.

“Aproveitamos o bom momento das commodities e realizamos a vendas de ativos. Se não vende, não realiza (o lucro)”, afirmou o executivo.

Ele acrescentou que investimentos feitos nos últimos anos também permitiram uma venda acima do valor de avaliação e com uma Taxa Interna de Retorno de quase 20%.

A título de comparação, a negociação superou o IPO da companhia realizado em 2006, quando a BrasilAgro arrecadou R$ 582 milhões. E mostra a atratividade do modelo de negócio da empresa, que mescla compra e venda de propriedades rurais e a produção de alimentos, fibras e bioenergia, disse o executivo.

Guillaumon considera que os preços das terras continuarão sustentados por cerca de dois anos, com a forte demanda da Ásia deixando firmes as cotações das commodities agrícolas.

Ele também salientou que os agricultores estão com boa posição financeira, após grandes colheitas a bons preços, o que permite negócios interessantes envolvendo terras.

“Hoje o produtor está capitalizado e muito líquido para comprar fazenda”, disse.

A área vendida produz cana-de-açúcar e grãos.

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Segundo a companhia, a entrega da posse das áreas e, consequentemente, o reconhecimento da receita de venda, será realizada em duas etapas: um total de 2.566 hectares (1.537 ha úteis) em outubro de 2021, no valor de R$ 336 milhões, e 1.157 hectares úteis em setembro de 2024, no valor de aproximadamente R$ 253 milhões.

Os ganhos com a primeira etapa do acordo serão contabilizados no atual ano-safra, disse o executivo, garantindo lucros no segmento imobiliário da empresa.

O comprador da área, cujo nome não foi revelado, já realizou o pagamento da primeira parcela, de R$ 16,5 milhões, e ainda este ano pagará outros R$ 31,4 milhões. O saldo remanescente é indexado em sacas de soja com pagamentos anuais.

Esta é a segunda venda de fazenda anunciada pela BrasilAgro neste trimestre. A companhia comercializou por R$ 130,1 milhões parte da Fazenda Rio do Meio, localizada no município de Correntina, na Bahia. O valor foi equivalente a 250 sacas de soja por hectare útil.

Ao todo, a companhia já obteve com vendas de terras em sua história mais de R$ 1,5 bilhão e possui em seu portfólio cerca de R$ 3,5 bilhões em propriedades, disse o CEO.

“Desnecessário dizer que os termos da transação foram ótimos, mas mais do que isso, aplaudimos a estratégia. A empresa (mais uma vez) entregou sua promessa de venda de terrenos em regiões mais maduras, em que a curva de valorização dos preços já está achatada”, aponta Victor Saragiotto, analista do Credit Suisse. O banco também reforça que a companhia está no seu melhor momento.

Isso concede retornos atraentes ao longo do tempo e fortalece o equilíbrio, dando espaço para adquirir terras não desenvolvidas em regiões de fronteiras agrícolas, uma estratégia que historicamente realmente valeu a pena, avalia o analista.

O Credit Suisse avalia que o mercado deve reagir bem a notícia e que também deve-se ter uma leitura positiva para SLC (SLCE3). Também citam que 60% das terras da BrasilAgro ainda estão em desenvolvimento e que ainda deve-se ter apreciação nas terras nos próximos anos. Para finalizar, o Credit o balanço mais forte e oportunidade de adquirir terras em fronteiras que ainda não estão desenvolvidas.

“Em suma, continuamos gostando do caso de investimento da BrasilAgro na parte de trás de um forte momentum e valuation com desconto, o que dá suporte ao nosso rating de outperform [desempenho acima da média do mercado] para as ações”, aponta Saragiotto, que tem preço-alvo de R$ 50 para os ativos AGRO3, ou potencial de alta de 60,5% em relação ao fechamento da véspera.

(com Reuters)

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REFLEXÃO: Barry Ritholtz, da Bloomberg: Mantenha a simplicidade, faço menos e administre sua estupidez.

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