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Com ciclo de alta da Selic, empresas alongam dívidas, mas com custos maiores

Diferente do que se viu no último ciclo de alta dos juros – anterior a este – as empresas estão menos endividadas frente à última recessão

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Edição invistaja.info e MarketMsg

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Conforme especialistas consultados pelo (invistaja.info), as companhias com dívidas indexadas em estruturas pós-fixadas já sentem os efeitos da alta dos juros, especialmente nos passivos atrelados ao CDI, enquanto as com necessidade de rolagem de curto prazo já estão fazendo isso com taxas maiores.

“O aumento da Selic impacta imediatamente o fluxo de caixa das empresas, elevando suas despesas financeira”, diz Ricardo de Jesus, Senior Advisor MRD Consulting.

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Filipe Ferreira, diretor da Comdinheiro, acrescenta que as dívidas das companhias com estrutura pós-fixadas, principalmente as indexadas ao CDI, que acompanham a Selic, já estão maiores. Entre os passivos pré-fixados, o cenário é distinto.

“Podemos analisar de duas formas. Se a taxa estava mais alta, há 5 ou 10 anos, a atual ainda pode ser interessante, na hora de alongar. Mas quem fez uma rolagem recente, para uma nova, ainda que pré-fixada, vai ter um custo maior para alongar essa dívida”, avaliou.

Segundo Ferreira, esse maior custo na hora de alongar, para as empresas com mais dívida, deve corroer uma maior parte das margens operacionais, podendo impactar inclusive no desempenho das ações em bolsa.

Já Jesus destaca que estas maiores despesas acabam sendo transferidos para os custos de produção e para preços dos produtos.

Menos alavancadas

Entretanto, conforme Guto Leite, gestor de renda variável da Western Asset, diferente do que se viu no último ciclo de alta dos juros – anterior a este – as empresas brasileiras estão bem menos endividadas, no agregado, frente à última recessão.

“Percebemos desde que a pandemia chegou uma politica de gestão de caixa mais conservadora, permitindo que as empresas entrassem nesse ciclo de aperto monetário e de desaceleração econômica em situação melhor de endividamento”, afirmou Leite.

Segundo a Economatica, a dívida de curto prazo das empresas listadas na B3 ao final do terceiro trimestre foi a menor dos últimos 20 trimestres. Neste levantamento, a dívida total das empresas equivale a 27,3% o valor de mercado das empresas listadas.

Dívida de curto prazo versus dívida total de 264 empresas não financeiras de capital aberto

Outro ponto, é que não há um situação generalizada de piora do endividamento das companhias, como diz Henrique Esteter, especialista de Mercados do (invistaja.info).

“Hoje não temos nenhum setor específico que tenha empresa muito alavancada. As companhias aproveitaram para desalavancar o seu balanço em 2020 e no começo deste ano”, disse Esteter.

Preocupação com caixa

Outro ponto, que ajudou na redução do endividamento foi a preservação do caixa, com a redução de investimentos, como destaca Jesus.

“A Selic mais alta e o cenário de continuidade desta elevação gera incertezas e a falta de perspectivas no horizonte, o que impede que se busque acesso a capitais de longo prazo neste momento, fazendo que as empresas reduzam investimentos e priorizem a liquidez com caixa.”

Refinanciamentos

De toda forma, a expectativa é de que as companhia sigam se desalavancando. Segundo Guto Leite, as empresas estão se adiantando nas captações, já que 2022 deverá registrar mais volatilidade, por conta do processo eleitoral no Brasil.

Outro ferramenta que as empresas estão utilizando é das ofertas secundárias de ações (follow-on). “Foram muitas recentemente para alongamento da dívida e para fazer frente as rolagens previstas para o ano que vem e para primeiro semestre de 2023”, disse.

A varejista Magazine Luiza (MGLU3), por exemplo, levantou R$ 3,981 bilhões em oferta de ações em julho deste ano. Enquanto a Lojas Renner (LREN3) captou R$ 3,978 bilhões em oferta de ações em abril deste ano.

“As empresas já estão reforçando o fluxo de caixa para um mercado mais volátil e incerto entre 2022 e 2023”. concluiu Guto Leite.

Dívidas curto prazo

Para analisar a situação de passivos de curto prazo das companhias abertas, em meio ao ciclo de aperto monetário, a Economatica levantou a pedido do (invistaja.info) a lista das empresas abertas com maior concentração de dívidas no curto prazo.

hotWords: custos alongam ciclo maiores empresas

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Os dados mostram as posições do final do 3º trimestres deste ano e do mesmo período do ano passado. A linha de corte são as empresas do IBRXBrasil, que contam com maior liquidez na bolsa.

Em comparação ao segundo trimestre de 2020, quando as empresas enfrentavam os primeiros efeitos da pandemia, que dificultou a geração de caixa e elevou os custos financeiros, os balanços do terceiro trimestre deste ano já mostram essa desalavancagem geral.

Ao final de junho de 2020, as 85 empresas do IBRXBrasil concentravam, em média, 26,21% de seus passivos no curto prazo, ou seja, precisariam programar o pagamento das dívidas no período de até um ano.

Este número, porém, recuou, agora, para 21,4%, ao final do mês de setembro de 2021, entre as 83 empresas do índice.

Veja as empresas com maior concentração de passivos de curto, segundo dados da Economatica.

As empresas com dívida líquida total negativa contam com uma posição de caixa superior à dívida bruta, mas contam com maior parte dos seus vencimentos em até um ano.

Endividamento em 30/09/2021

Fonte: Economatica

Alguns destaques:

A empresa de meios de pagamento Getnet debutou na bolsa no dia 18 de outubro, ou seja, no 4º trimestre, levando seus dados compilados a não contemplar os recursos do IPO no balanço do terceiro trimestre.

Já a Qualicorp (QUAL3) está entre as primeiras no levantamento após ampliar o seu endividamento por conta da redução da geração de caixa livre, do pagamento de aquisições, de recompras de ações e distribuição de dividendos, segundo explicou em seu balanço do terceiro trimestre.

Em um ano, sua dívida líquida passou de R$ 388,2 milhões, no 3º trimestre de 2020, para R$ R$ 1,058 bilhão, ao final do mesmo período deste ano. Na mesma comparação, a empresa também enfrentou um aumento de 76% das despesas financeiras, que somaram R$ 40,6 milhões.

No caso da Via (VIIA3), a empresa informou que registrou uma redução na posição de caixa líquido em R$ 2,7 bilhões, “em função da decisão estratégica de aumentar posição de estoque a fim de evitar falta de produtos e dos investimentos realizados no período”.

Por outro lado, a empresa realizou também uma emissão de debêntures no montante de R$ 1 bilhão, o que fez melhorar o seu perfil de dívida. Na linha das despesas financeiras, a varejista, controladora das redes Casas Bahia e Ponto, registrou um crescimento de 49%, para R$ 376 milhões, no balanço do terceiro trimestre.

Endividamento em 30/09/2020 

Fonte: Economatica

A CVC (CVCB3) saiu da situação de alta alavancagem com a homologação de um aumento de capital no valor de R$ 454,2 milhões, concluído em 31 de agosto deste ano. Do valor captado, R$ 202,3 milhões foram destinados ao pagamento de dívidas, com quitação de algumas emissões de debêntures.

No balanço do 3º trimestre deste ano, a linha de despesas financeiras registrou um incremento de 26,5%, para R$ 40 milhões, segundo resultado divulgado no mês de novembro.

Enquanto isso, a Positivo (informou no balanço do terceiro trimestre deste ano, que adotou procedimentos de liability management, ao tomar linhas que resultaram em alongamento do perfil da dívida na comparação anual.

Em termos de resultado financeiro, a Positivo informou no balanço que as despesas financeiras saltaram 73,6%, para R$ 40,358 milhões.

Caixa líquido

Seja no 3º trimestre deste ano, quanto no mesmo do ano passado, apesar dos maiores vencimentos, em termos porcentuais, Alpargatas (ALPA4), Weg (WEGE3), Méliuz (CASH3), Magazine Luiza (MGLU3), TIM (TIMS3), Ambev (ABEV3) e Grupo Soma (SOMA3) contavam com mais caixa do que dívida bruta, ou seja, com recursos suficientes para honrar os seus compromissos no curto prazo, caso fosses necessários.

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