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SÃO PAULO – Após atingir novos recordes na sessão da última quinta-feira (21), Wall Street aponta para um início de pregão de queda nesta sexta, com os índices futuros do S&P 500, Nasdaq e Dow Jones em baixa
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Na Europa, a sessão também é de baixa, com os investidores cautelosos após dados de atividade empresarial na zona do euro registrarem baixa em janeiro devido aos bloqueios mais rígidos relacionados ao coronavírus.
Por aqui, na véspera, o Ibovespa teve um movimento descolado do exterior seguindo o noticiário sobre a vacinação lenta e as preocupações fiscais após as falas de candidatos à presidência do Senado e da Câmara sobre extensão do auxílio emergencial, assuntos esses que seguirão em foco nesta data.
A expectativa fica pela chegada ao Brasil de 2 milhões de doses da vacina desenvolvida em parceria entre AstraZeneca e Universidade de Oxford, produzidas pelo Instituto Serum, da Índia. Além disso, São Paulo anunciará uma nova classificação das regiões do estado de São Paulo no plano que determina o grau de restrição como forma de buscar reduzir o ritmo de contágio por covid.
No radar corporativo, atenção para o leilão de fibra ótica da Oi e para a falta de acordo entre a Vale e o governo de Minas Gerais sobre Brumadinho. Confira no que ficar de olho:
1. Bolsas mundiais
Na quinta-feira (21) os índices americanos Nasdaq e S&P 500 voltaram a registrar recordes, com a expectativa de que grandes empresas de tecnologia e comunicações informem ganhos robustos na temporada de divulgação de resultados.
As farmacêuticas Pfizer e BioNTech concordaram em fornecer imunizantes ao projeto Covax Facility da Organização Mundial de Saúde, focado em países de baixa renda. As informações foram publicadas na quinta-feira pela agência internacional de notícias Reuters, que citou duas fontes cujo nome não foi identificado.
Nesta sexta, os índices futuros têm, no entanto, quedas, com investidores buscando embolsar os ganhos recentes e atentos para a sessão do Senado para votar a nomeação de Janet Yellen para o Tesouro do governo de Joe Biden, a partir do meio-dia. Os índices seguem também uma sexta de baixas na Ásia.
O setor automotivo tem as maiores quedas na Europa segundo à sexta negativa na Ásia, com perdas de 1,8%. Todos os setores e as principais bolsas têm baixa.
Na quinta, o Banco Central Europeu manteve as taxas de juros, mas afirmou que está preparado para agir sobre novas restrições. A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, reconheceu que a pandemia “continua a representar sérios riscos” à economia da zona do euro.
Nesta sexta foram divulgados dados sobre a atividade na zona do euro, medidos pelo índice PMI (sigla em inglês para índice do gerente de compras) Markit, que mede o desempenho de indústria e serviços. O índice teve queda a 47,5 pontos em janeiro, frente 49,1 em dezembro. Qualquer leitura abaixo de 50 indica retração; acima, expansão da atividade.
As ações asiáticas tiveram quedas à medida que investidores buscando embolsar os ganhos dos dias anteriores, impulsionadas pela expectativa de que o novo presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, consiga aprovar amplos pacotes de estímulos.
Os mercados asiáticos também foram negativamente influenciados pela expectativa de que a China volte a implementar restrições para reduzir o risco de avanço da pandemia no país. O número de novos casos vem crescendo. Na quinta, a China registrou 144 diagnósticos. O patamar fica bem abaixo dos 6.905 registrados em 11 de fevereiro, mas acende uma luz vermelha, à medida que significa avanço do ritmo de contaminação.
As ações da petroleira chinesa CNOOC caíram 5,57% após o anúncio de que a empresa será retirada dos índices ACWI e MSCI. Na semana passada, o Departamento do Comércio dos Estados Unidos, ainda sob a gestão de Donald Trump, anunciou que havia incluído a CNOOC em uma lista que restringe os itens que pode receber dos Estados Unidos.
Confira o desempenho dos principais índices, segundo cotação das 7h30 (horário de Brasília):
Estados Unidos*S&P 500 Futuro (EUA), -0,65%*Nasdaq Futuro (EUA), -0,56%*Dow Jones Futuro (EUA), -0,75%
Europa*Dax (Alemanha), -0,73%*FTSE 100 (Reino Unido), -0,58%*CAC 40 (França), -1,1%*FTSE MIB (Itália), -1,95%
Ásia*Nikkei (Japão), -0,44% (fechado)*Hang Seng Index (Hong Kong), -1,6% (fechado)*Kospi (Coreia do Sul), -0,64% (fechado)*Shanghai SE (China), -0,4% (fechado)
Commodities e bitcoin*Petróleo WTI, -1,22%, a US$ 51,93 o barril*Petróleo Brent, -1,16%, a US$ 54,93 o barril*Bitcoin, -5,79%, a US$ 31.184,96Sobre o minério: **Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian com queda de 0,48%, cotados a 1046,5 iuanes, equivalente hoje a US$ 161,61 (nas últimas 24 horas).USD/CNY = 6,48
2. Agenda de indicadores
Nesta sexta foram divulgados dados sobre a atividade na zona do euro, medidos pelo índice PMI (sigla em inglês para índice do gerente de compras) Markit, que mede o desempenho de indústria e serviços. O índice teve queda a 47,5 pontos em janeiro, frente 49,1 em dezembro. Qualquer leitura abaixo de 50 indica retração; acima, expansão da atividade.
Às 11h45 é divulgada versão do índice PMI Markit referente a janeiro nos Estados Unidos. Às 12h são divulgados dados da venda de casas já existentes em dezembro no país.
3. Covid no Brasil
O consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias estaduais de Saúde no Brasil divulgou, às 20h de quinta (21), o avanço da pandemia em 24 h no país.
A média móvel de casos confirmados em 7 dias foi de 53.386, alta de 18% frente ao período encerrado 14 dias antes. Em apenas um dia foram registrados 59.946 casos. A média móvel de mortes em 7 dias foi de 1.010, alta de 16% frente ao patamar registrado 14 dias antes. Em apenas um dia foram registradas 1.335 mortes, o maior patamar desde o dia 4 de agosto.
Nesta sexta, a gestão de João Doria (PSDB) anunciará uma nova classificação das regiões do estado de São Paulo no plano que determina o grau de restrição como forma de buscar reduzir o ritmo de contágio por covid. Segundo a Folha de S. Paulo, a partir das 20h desta sexta, passará a valer a fase vermelha, a mais restritiva, para todas as cidades. A medida será reproduzida nas outras semanas e, nos finais de semana e feriados, valerá durante o dia e a noite.
Assim, bares, restaurantes e comércio considerado não essencial, como shopping centers e salões, deixarão de funcionar até a manhã seguinte. A medida se deve à alta de 42% nos casos no estado em um mês, e alta de 39% nas mortes.
Também nesta sexta, a Anvisa decidirá sobre o segundo pedido emergencial do Instituto Butantan para a CoronaVac, referente a mais de 4,8 milhões de doses do imunizante da farmacêutica chinesa Sinovac. No domingo, a Anvisa liberou as primeiras 6 milhões de doses que haviam chegado da China.
Também devem chegar nesta sexta 2 milhões de doses da vacina desenvolvida em parceria entre AstraZeneca e Universidade de Oxford, produzidas pelo Instituto Serum, da Índia. Na semana passada, o Brasil preparou um avião para buscar o imunizante, cujo envio foi, no entanto, atrasado. A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) informou que pretende checar qualidade, segurança, rotulagem e etiquetagem para estar com o material pronto para aplicação no sábado (23) à tarde. Até o momento, a vacina havia sido enviada pela Índia apenas para países vizinhos.
Em ao menos 12 estados e no Distrito Federal há denúncias de que políticos, empresários e funcionários públicos receberam doses da CoronaVac mesmo não fazendo parte dos grupos prioritários. Na quinta, a vacinação foi suspensa em Manaus e Tupã (interior de São Paulo). Houve denúncias de privilégio a médicas e parentes de empresários locais em Manaus, e da vacinação de um integrante da administração da Santa Casa em Tupã. Os casos são investigados pelo Ministério Público Federal.
4. Auxílio emergencial é tema na disputa pelo Congresso
Segundo a Folha de S. Paulo, o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) deve adotar um tom mais amigável em relação à participação da gigante chinesa Huawei no leilão de tecnologia 5G no Brasil, buscando agilizar a importação de insumos para a produção de vacinas contra a Covid.
Na quinta, os dois candidatos apoiados por Bolsonaro (sem partido) para as presidências das Casas do Congresso fizeram declarações sobre uma possível nova rodada de auxílio emergencial para aqueles mais afetados pela crise de Covid.
O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), candidato à presidência do Senado, afirmou à agência internacional de notícias Bloomberg que será necessário “sacrificar algumas premissas econômicas para poder manter alguma forma de socorro a essas pessoas [as mais pobres] (…) O teto de gastos foi uma medida importante, ele deve ser observado, mas vivemos estado de necessidade absolutamente excepcional, com pessoas morrendo e desempregadas, então é preciso que o Estado as socorra”.
Em entrevista a O Globo, afirmou que, em um primeiro passo, Senado, Câmara e Ministério da Economia encontrariam “uma forma de compatibilizar a responsabilidade fiscal com a necessidade da assistência social a essas pessoas”.
Candidato à presidência da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL) afirmou que um potencial novo programa seria desenhado “de forma que o mercado possa suportar”. Ele respondia a uma pergunta em evento da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), na capital paulista. As falas foram mal recebidas pelos mercados, e Lira foi às redes sociais para afirmar que “qualquer discussão sobre eventual auxílio emergencial adicional deve ser feita de forma responsável e acompanhada do aprofundamento de reformas”.
Recentemente, Lira se beneficiou da adesão de deputados do PSL a sua candidatura, na disputa contra Baleia Rossi (MDB-SP), que é apoiado pelo atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O comando do MDB busca recuperar dissidentes.
Nesta sexta, a Folha de S. Paulo estampa como reportagem de capa um trabalho de compilação de 23 situações em que o presidente Jair Bolsonaro promoveu atitudes que, segundo o jornal, poderiam ser enquadradas como crime de responsabilidade, destacando a publicação de um vídeo pornográfico nas redes sociais e o apoio a atos antidemocráticos, além da atuação na pandemia. Segundo o jornal, a crise sanitária teria ampliado a base jurídica para um potencial impeachment.
5. Radar corporativo
Em destaque no noticiário, a Vale e o governo de Minas Gerais não chegaram a um e as negociações estão encerradas, disse nesta quinta-feira o secretário-geral da administração estadual, Mateus Simões. “Estamos saindo da última audiência de mediação com a Vale, última porque não haverá uma nova audiência”, afirmou ele.
“No entanto, foi dado um prazo de uma semana para que a Vale possa apresentar uma nova proposta de valor. É o momento de a Vale agir com responsabilidade, agir com dignidade e reparar os danos que foram causados”, acrescentou o secretário.
Ainda chamando a atenção do mercado, deve ser realizado nesta sexta o leilão da fibra óptica da Oi. De acordo com a Bloomberg, o Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB) associou-se a um fundo gerido pelo Banco BTG Pactual SA para apresentar oferta vinculante pela unidade.
O Banrisul, por sua vez, informou nesta quinta-feira que precificou uma captação de US$ 300 milhões em notas subordinadas. Os papéis embutem rentabilidade ao investidor de 5,375% ao ano e têm prazo de 10 anos. “O Banrisul solicitará a aprovação do Banco Central para que as notas componham o Capital Nível 2 do patrimônio de referência da companhia, com impacto estimado de 3,70 pontos percentuais no seu índice de Basiléia”, afirmou o banco estatal gaúcho.
Já a Wiz anunciou que fez acordo para formar uma corretora de seguros com a montadora de veículos Caoa, com participação de 50% cada no negócio. A Caoa tem uma rede de 233 concessionárias de veículos, sendo 156 próprias e, no fim de 2019, entrou no mercado de locação de automóveis. A marca é distribuidora oficial das marcas Subaru, Hyundai e Chery no Brasil.
A Gafisa apresentou seu guidance, prevendo dobrar lançamentos em 2021, para até R$ 1,7 bilhão.
A Eletropar braço de participações da Eletrobras, informou nesta quinta-feira que vendeu todas as ações que tinha da Light. As operações aconteceram na B3 entre 8 e 20 de janeiro. No radar da Eletrobras, ainda está a redução de recomendação das ações pelo Bradesco BBI para neutra após a fala de Rodrigo Pacheco (DEM-MG), candidato à presidência do Senado, de que a privatização da estatal não é uma prioridade.
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