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Petrobras ganha R$ 30,7 bi de valor com altos dividendos “emocionando” investidores; analistas destacam que mais está por vir

Após balanço e dividendos, Credit elevou recomendação e BBI subiu preço-alvo; riscos políticos seguem, mas valuation e visão de bons proventos se destacam

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AGRO3 | P/EBIT: 7.94 | P/VP: 1.69 | P/Ativo: 1.023 | EV/EBITDA: 10.42 | EV/EBIT: 8.71 | Liq.Corr.: 1.61

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BRASIL | invistaja.info — A transformação de prejuízo em um lucro expressivo de R$ 42,855 bilhões, números acima das expectativas em outras linhas do balanço, forte redução da dívida e, principalmente, a antecipação do pagamento de dividendos no valor de R$ 31,6 bilhões fizeram com que os papéis da Petrobras (PETR3;PETR4) disparassem na Bolsa brasileira nesta quinta-feira (5). Os papéis PETR3 chegaram a subir 11,99% e fecharam com ganhos de 9,63%, a R$ 29,27, enquanto os ativos PETR4, que subiram 10,27% na máxima do dia, fecharam com alta de 7,88%, a R$ 28,35.

Com isso, a companhia registrou um forte aumento de valor de mercado em apenas uma sessão. Na véspera, a empresa valia R$ 345,93 bilhões e, no fechamento desta quinta, o valor subiu para R$ 376,66 bilhões, ou uma alta de cerca de R$ 30,7 bilhões.

Ontem logo, após a divulgação do balanço, os ADRs da Petrobras PBR, equivalente aos preferenciais, chegaram a saltar mais de 14% no after market da Bolsa de Nova York. Nesta quinta, os papéis PBR chegaram a saltar cerca de 12%, a US$ 11,50, no pré-market da Bolsa de Nova York, já dando um indicativo que a sessão seria bem positiva para os ativos também na B3.

O Itaú BBA destaca que a estatal brasileira reportou resultados fortes, com um lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) recorrente R$ 60,033 bilhões, em alta de 239,1% na base anual e de 25,7% na comparação com o primeiro trimestre deste ano. O número ficou 6,6% acima da expectativa do banco e 12% superior ao consenso de mercado da Bloomberg.

A companhia reduziu sua dívida bruta em 10,3% em relação ao primeiro trimestre, para US$ 63,6 bilhões – bem perto da meta de US$ 60 bilhões para a nova política de dividendos. A forte geração de caixa no segundo trimestre, de R$ 40,3 bilhões (excluindo ganhos com vendas de ativos), permitiu uma amortização e pré-pagamento de dívida da ordem de R$ 55,7 bilhões.

O grande destaque foi a aprovação de R$ 31,6 bilhões em dividendos antecipados, sendo R$ 21 bilhões a serem pagos em 25 de agosto e R$ 10,6 bilhões em 15 de dezembro deste ano. Isso corresponde a um dividend yield (dividendo dividido pelo preço da ação) de 9,1%.

“Nós reiteramos nossa recomendação de compra para Petrobras dado o desconto com que a ação vem sendo negociada em relação ao preço de outros players globais e diante das perspectivas sólidas de geração de caixa. Mesmo em cenários de estresse no que diz respeito aos preços do petróleo, vemos o valor da companhia e a capacidade de geração de caixa em patamares interessantes”, apontam os analistas do BBA, que possuem preço-alvo de R$ 38 para os ativos PETR4, 44,6% acima frente o fechamento da última quarta-feira e de US$ 14 para os ADRs PBR-A, equivalente aos preferenciais, um valor 38,6% acima do fechamento da véspera.

Para o Bradesco BBI, mais uma vez, o pré-sal brasileiro mostrou sua força de longo prazo. A Petrobras gerou US$ 7,6 bilhões de fluxo de caixa livre para o patrimônio líquido (FCFE), ajudado por alguns diferimentos de imposto, totalizando um valor de US$ 10,7 bilhões no primeiro semestre de 2021. Os analistas ainda fazem uma comparação, destacando que o valor registrado foi equivalente a quase duas “Bolsa Família”, que custa R$ 33 bilhões por ano aos contribuintes.

O BBI ainda aponta que, “felizmente, 2021 é o ano em que o acionista controlador percebe que a Petrobras não precisa prejudicar seu acionista minoritário para entregar uma agenda social robusta”.

Vicente Falanga e Gustavo Sadka, do BBI, que assinam o relatório, apontam que, em 2010, quando a Petrobras foi capitalizada com cerca de US$ 70 bilhões, os acionistas minoritários foram uma fonte importante de financiamento para realizar o sonho do pré-sal.

E, embora o caminho tenha sido muito acidentado – com subsídios a combustíveis, escândalos de corrupção, greve de caminhoneiros – , 2021 deve finalmente ser o ano em que o empreendimento do pré-sal brasileiro começa a recompensar acionistas e brasileiros, avaliam.

Com relação à operação, o BBI destaca que, mais uma vez, exploração e produção superou os outros segmentos, upstream (exploração e desenvolvimento de campos de petróleo e gás) ficou acima da expectativa, enquanto downstream (operações ou atividades de refino de petróleo, venda distribuição de gás natural e de produtos derivados do petróleo) ficou praticamente em linha com as projeções do banco.

O FCFE da PBR totalizou R$ 40,3 bilhões (US $ 7,6 bilhões), uma alta acentuada em relação aos US$ 3,1 bilhões do último trimestre, principalmente devido a uma queda significativa no consumo de capital de giro, mas também impulsionado por algum diferimento do imposto de renda. A dívida bruta está atualmente em US $ 63 bilhões e, para os analistas do banco, muito provavelmente deve cair abaixo de sua meta de US$ 60 bilhões no terceiro trimestre de 2021 (que desencadeia a nova política de dividendos).

Como resultado, a empresa anunciou a antecipação de US $ 6 bilhões em dividendos relativos aos resultados de 2021, dos quais 66% devem ser pagos em 25 de agosto e 33% em 15 de dezembro de 2021. “Nós esperamos que outros cerca US $ 6 bilhões sejam anunciados com os resultados consolidados do ano em fevereiro e março de 2022”, avaliam.

O BBI também está incorporando uma curva de preços do petróleo brent mais alta, elevando a estimativa do petróleo para 2021 de US$ 65 para US$ 68 o barril, de US$ 62 para US$ 68 em 2022 e de US$ 60 para US$ 63 em 2023, mantendo a projeção de longo prazo em US$ 60 o barril. “Nossa nova curva de preços está mais alinhada com a atual curva de futuros do brent e reflete o atual acordo da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados), a recuperação da demanda apoiada pela vacinação contra o coronavírus em todo o mundo e uma lenta recuperação da produção de xisto nos EUA”, apontam.

Assim, e levando em conta os dividendos projetados para a Petrobras, o BBI subiu o preço-alvo para 2022 dos ativos PETR4 para R$ 42, um valor 60% em relação ao fechamento de quarta, além de um preço-alvo de US$ 15,50 para os ADRs PBR da companhia (ou upside de 53%). “Agora esperamos que a Petrobras pague cerca de US$ 12 bilhões em dividendos de 2021 (rendimento de cerca 18%), o que impulsiona nosso novo preço-alvo, com base em um ‘rendimento justo’ de 12% (versus 6,8% médio dos pares globais), levando em conta um maior risco político na Petrobras”, destacam. A recomendação para os ativos é outperform (desempenho acima da média do mercado).

O Credit Suisse, após o resultado, elevou a recomendação para os ADRs PBR de neutra para outperform, com elevação do preço-alvo de US$ 11 para US$ 14. “Reconhecemos que existem riscos significativos no horizonte. No entanto, acreditamos que a combinação de uma avaliação muito descontada e altos rendimentos no curto prazo supera os riscos”, apontam Regis Cardoso e Marcelo Gumiero.

Ao argumentarem os motivos para a elevação no momento da recomendação, os analistas do banco suíço apontam que, do ponto de vista do case do papel, não houve muita mudança em relação a abril, quando elevaram a recomendação do papel para neutro.

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O valuation segue sendo o principal argumento de alta e leva a um case de altos retornos, enquanto riscos significativos operam na direção oposta (por exemplo, eleições, inflação, capex, intervenção de política de preços), avaliam. Mas, nos últimos meses, alguns eventos que esperavam realmente se materializaram (por exemplo, compensação por Búzios e venda da BR Distribuidora) e o processo de desalavancagem está sendo concluído. “O que muda, em nossa opinião, é que os acionistas podem usufruir imediatamente dos benefícios desses temas com desconto ao receber os altos rendimentos de dividendos que a Petrobras começou a pagar”, apontam.

Sobre o resultado, os analistas apontam que ele foi ótimo, mas que o principal evento foi o anúncio dos proventos, que “emocionaram” os investidores.  A antecipação foi possibilitada pelo forte ritmo de geração de fluxo de caixa livre, bem como o caixa proveniente da venda de ativos.

Para os analistas do Credit, há mais por vir para o ano fiscal de 2021. Com US$ 64 bilhões em dívida bruta e quase US $ 4 bilhões em excesso de caixa no balanço, a empresa praticamente atingiu a meta de dívida de US$ 60 bilhões, em linha com o destacado pelos analistas do BBI e BBA.

Isso significa que a empresa agora pode distribuir todo o caixa livre que gerar nos próximos trimestres. A preços do brent de US$ 70 o barril, os analistas esperam que ela continue gerando cerca de US$ 5 bilhões por trimestre em FCFE recorrente (ex- desinvestimentos). Isso significa que a empresa pode ter, além das distribuições de US$ 6 bilhões já anunciadas, outros US$ 4 bilhões a mais para distribuir em 2021, antes de qualquer desinvestimento ou novos arrendamentos operacionais. “Todas as evidências apontam para rendimentos ainda mais significativos”, avaliam.

Assim, Cardoso e Rumiero apontam que “a hora chegou”. Desde 2015, a Petrobras tem se concentrado principalmente em reverter as operações e desalavancar o balanço. “Ela tem tido muito sucesso nisso, então vínhamos afirmando que a jornada estava prestes a ser concluída e que os dividendos estavam ‘ao virar da esquina’. Isso é importante porque, em nossa opinião, os dividendos são potencialmente o catalisador mais importante para as ações. É a única coisa que pode converter os altos rendimentos do FCFE (como visto em períodos recentes) em altos retornos para os acionistas no futuro. Melhor ainda, os dividendos têm o potencial de finalmente reconciliar os interesses do governo e dos acionistas minoritários. Eles estão finalmente aqui”, apontam.

Assim como o BBI, o Credit também reforça que parte da sua visão mais otimista se deve à previsão do brent. “O manejo do mercado pela Opep+ tem sido capaz de drenar rapidamente os estoques excedentes. Também acreditamos que o petróleo oferece longa exposição a alguns dos principais temas de investimento globalmente, como vacinação, reabertura e reflação”, avaliam.

Riscos no radar? Eles continuam, mas…

Por outro lado, com a alta dos preços, o Credit Suisse aponta que a Petrobras pode não ser capaz de capturar o lado positivo em toda a sua extensão nos preços domésticos da gasolina e do diesel. O CEO Joaquim Silva e Luna sinalizou continuar a seguir a paridade internacional, mas, na visão do Credit, uma solução ainda mais eficaz é que a estatal continue a alienar refinarias (por exemplo, RLAM e REFAP).

Finalmente, há também o risco de queda para os preços do petróleo, incluindo novas ondas potenciais de covid-19 e um aumento das exportações iranianas. Caso os preços do petróleo caiam, a empresa estará exposta a isso.

Além disso, há o “risco capex”, ou aumento de investimentos. Agora que o balanço patrimonial foi desalavancado, Cardoso e Gumiero avaliam que será difícil resistir à pressão para aumentar os gastos de capital, principalmente com uma geração de caixa livre tão elevada.

“É provável que os níveis de capex aumentem com o tempo. Isso não é necessariamente ruim, mas o risco é que capital adicional possa ser alocado para projetos com retornos menores. Não acreditamos que esse risco se materialize imediatamente, mas esperamos um capex mais alto no próximo plano de negócios. Para compensar esse risco, incorporamos em nosso modelo de avaliação um aumento de investimento de US$ 2 bilhões em 2022 e de US$ 4 bilhões a partir de 2023 em relação ao plano de negócios anterior”, avaliam.

Por fim, como em todas as empresas estatais (SOE), as eleições são de particular importância para os investidores da companhia. O Brasil terá eleições presidenciais em 2022, em um cenário em que a polarização política aumenta. “Em nossa opinião, parte da incerteza eleitoral foi antecipada para 2021 e pode continuar pesando sobre as ações”.

Além disso, os investidores podem levar em consideração que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ainda detém cerca de 1 bilhão de ações da PETR4. Isso pode representar um overhang [excesso de ações no mercado, levando à queda do preço dos ativos] futuro, caso o banco de desenvolvimento decida vender sua posição. Em fevereiro de 2020, o BNDES vendeu cerca de 734 milhões de ações PETR3 em um follow-on com preço de R$ 30 por ativo PETR3.

A incerteza eleitoral, por sinal, faz com que os analistas do Morgan Stanley sigam com recomendação equalweight (exposição em linha com a média do mercado) para os ativos PBR, com preço-alvo de US$ 11,60 (ou potencial de valorização de 15%).

“Apesar de não haver mudanças aparentes ou desvio de estratégia sob a nova equipe de gestão, a percepção de potencial intervenção governamental na política da empresa é preocupante, especialmente enquanto a agenda de privatização das refinarias não estiver concluída (apenas uma refinaria foi vendida). Preferimos ficar de fora por enquanto, pois achamos que nossos cenários base e pessimista parecem igualmente plausíveis”, afirmam os analistas do banco.

Com relação ao resultado, o Morgan destaca o dividendo de US $ 6 bilhões, o que mostra a confiança da administração nos resultados da Petrobras em 2021. Por outro lado, avaliam: “Esperamos uma forte reação positiva no curto prazo. Ainda assim, nos perguntamos se as tendências impressionantes podem ser sustentáveis ​​à medida que nos aproximamos de um intenso ciclo eleitoral”.

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REFLEXÃO: Michael Batnick, gestor de patrimônios da Ritholtz: Evitar erros catastróficos é mais importante do que construir o portfólio perfeito.

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