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BRASIL | invistaja — Em uma sessão de leves ganhos para as principais bolsas mundiais e com feriado em vários mercados asiáticos por conta do início do Ano Novo chinês, os investidores por aqui devem acompanhar a continuidade das discussões sobre o auxílio emergencial.
Na agenda do dia, além dos dados de serviços a serem revelados pelo IBGE após os números bem piores do que o esperado do varejo, atenção ainda para a continuidade da temporada de resultados, com destaque para a repercussão dos números da Suzano, além da estreia das ações da Cruzeiro do Sul e da Westwing.
palavras-chave: Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta quinta-feira – 11/2; invistaja.info;
Ainda na véspera, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto que garante autonomia ao Banco Central, um dia após a urgência de sua tramitação ter sido aprovada. Confira no que ficar de olho:
1. Bolsas mundiais
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As bolsas europeias e os índices futuros americanos têm em sua maioria altas nesta quinta-feira (11), em que os mercados chineses estão fechados devido ao Ano Novo Lunar. Os investidores se voltam ao mercado de ações em meio a queda dos casos do coronavírus e também com o ainda baixo nível de inflação nos EUA, aumentando a percepção de que os juros seguirão próximos de zero por lá por um longo período de tempo.
Na mesma linha, investidores reagem à divulgação de comentários pelo presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, ao Clube Econômico de Nova York. Na quarta, ele afirmou que a política monetária do banco central americano deverá permanecer “pacientemente acomodativa”, levando em conta as lições do passado sobre os benefícios que taxas de juros baixas trazem ao mercado de trabalho.
“Para chegarmos aos benefícios integrais de um mercado de trabalho forte, ainda será necessário apoio contínuo tanto da política de curto prazo quanto de investimentos de prazo maior, para que todos aqueles que estão buscando trabalho tenham habilidades e oportunidades que lhes permitam contribuir e compartilhar dos benefícios da prosperidade”, afirmou Powell.
Powell disse também que os Estados Unidos ainda estão longe do ponto ideal em termos de nível de emprego, apesar de a economia ter restabelecido mais de 12 milhões de vagas desde o início da pandemia de Covid. A taxa de desemprego caiu do pico de 14,8% em 2020 para 6,3%. Mesmo assim, 10 milhões de americanos continuam sem trabalho, 4,4 milhões a mais do que antes do início da pandemia.
Além disso, o processo de impeachment contra o ex-presidente republicano Donald Trump continuou na quarta. Os parlamentares democratas responsáveis pelo processo na Câmara apresentaram uma linha do tempo na qual mostraram que Trump teria sido “singularmente responsável” por incitar o ataque ao Capitólio, sede do Legislativo americano, que resultou em 5 mortes em janeiro.
Os parlamentares mostraram imagens de vídeo em que o grupo de invasores gritava “enforque Mike Pence”, enquanto buscavam o então vice-presidente. Em um outro vídeo, um policial atirou por meio de uma janela quebrada, matando uma das manifestantes, Ashli Babbitt, enquanto ela tentava entrar no prédio. Outras cenas mostram os congressistas sendo evacuados, escapando por pouco da turba.
Na Europa, investidores reagem a relatórios de resultados divulgados nesta quinta. A farmacêutica AstraZeneca, os bancos Credit Agricole, Commerzbank e Unicredit, a fabricante de cosméticos L’Oreal, além de Arcelormittal, Schneider Electric e Zurich Insurance estão entre os principais nomes que divulgaram resultados antes da abertura dos mercados.
A AstraZeneca reportou que o lucro antes de impostos no quarto trimestre subiu de US$ 240 milhões em 2019 para US$ 1,17 bilhão em 2020. A farmacêutica é responsável pelo desenvolvimento de uma vacina em parceria com a Universidade de Oxford, que é uma das principais apostas do governo para imunizar a população no Brasil.
As bolsas asiáticas se moveram pouco durante a noite, com os mercados da China fechados para o feriado do Ano Novo Lunar, enquanto o Japão também esteve fechado por conta de feriado. Mercados de Hong Kong e Singapura abriram, mas encerraram suas sessões mais cedo do que o normal.
Confira o desempenho dos principais índices às 7h30 (horário de Brasília):Estados Unidos*S&P 500 Futuro (EUA), +0,24%*Nasdaq Futuro (EUA), +0,48%*Dow Jones Futuro (EUA), +0,23%Europa*Dax (Alemanha), +0,49%*FTSE 100 (Reino Unido), +0,13%*CAC 40 (França), -0,14%*FTSE MIB (Itália), -0,99%Ásia*Nikkei (Japão), não abriu*Hang Seng Index (Hong Kong), +0,45% (fechado)*Kospi (Coreia do Sul), não abriu*Shanghai SE (China), não abriuCommodities e bitcoin*Petróleo WTI, -0,65%, a US$ 58,3 o barril*Petróleo Brent, -0,72%, a US$ 61,03 o barril*Bitcoin, -2,85%, a US$ 45.471,27Sobre o minério: **Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian com alta de 2,39%, cotados a 1071,5 iuanes, equivalente hoje a US$ 166,29 (nas últimas 24 horas).USD/CNY = 6,46
2. Agenda
Às 7h, a Comissão Europeia publica previsões econômicas. Às 8h, o membro da junta do Banco Central Europeu, Klaas Knot falará.
Às 9h, o IBGE divulga dados sobre o volume do setor de serviços em dezembro.
Às 10h30 são divulgados dados sobre novos pedidos de seguro-desemprego em fevereiro nos Estados Unidos.
3. Autonomia do Banco Central
Na quarta-feira, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto que garante autonomia ao Banco Central, um dia após a urgência de sua tramitação ter sido aprovada. O texto já foi aprovado pelo Senado.
Entre outros pontos, determina que o presidente do Banco Central deverá ter mandato de quatro anos, não coincidente com o mandato do presidente da República, em uma tentativa de proteger o órgão de pressões políticas. O documento também estabelece a substituição escalonada dos outros diretores da instituição. Agora, segue para sanção presidencial.
A independência do Banco Central é defendida desde 1991 no Congresso, e faz parte da lista de pautas prioritárias entregues pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido) ao novo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e ao novo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Sua aprovação é uma vitória para a equipe econômica do governo, capitaneada por Paulo Guedes.
Em nota, o Banco Central afirmou que: “Por sua própria natureza, a política monetária requer um horizonte de longo prazo, por conta da defasagem entre as decisões de política e seu impacto sobre a atividade econômica e a inflação. Em contraste, o ciclo político possui um horizonte de prazo mais curto”.
Além disso, a Câmara também concluiu, na quarta, a votação do projeto de lei que faz uma série de alterações no mercado cambial brasileiro, e abre caminho para que pessoas físicas mantenham contas em moeda estrangeira no Brasil. Agora, o texto, que é uma das prioridades do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, segue para o Senado. O projeto também aumenta a autonomia do Banco Central para regular o mercado de câmbio.
4. Volta do auxílio segue no radar
As publicações de jornais novamente se concentram na possível volta do auxílio emergencial. Na véspera, perdeu força a ideia de financiar o programa via aumento de impostos. Isso porque, além dos obstáculos políticos, haveria restrições legais.
Enquanto a equipe econômica defende medidas de redução da despesa, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, diz que a edição de uma nova PEC de Guerra está em discussão. Lira, por sua vez, defendeu ‘excepcionalizar’ o gasto com o benefício, dada, na opinião dele, sua urgência e a ausência de orçamento votado, mas defendeu as reformas e o teto de gastos.
Vale destacar que o governo editou uma Medida Provisória que flexibiliza a concessão de crédito. Até dia 30 de junho, está suspensa a exigência de se apresentar certidões negativas em contratações e renegociações de crédito com instituições financeiras públicas ou privadas.
Ainda no noticiário político, na quarta, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que, com o fim da operação Verde Brasil 2, e com o fim da operação de Garantia da Lei e da Ordem executadas pelas Forças Armadas, o governo limitará a fiscalização de crimes ambientais na região a 11 municípios de quatro estados. A operação Verde Brasil 2 ocorre desde maio de 2020, ao custo de R$ 420 milhões, e deve se encerrar no início de maio deste ano.
A aceleração do desmatamento da Amazônia é alvo de críticas no exterior. O atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu durante a campanha pressionar o Brasil como forma de proteger a floresta. De acordo com reportagem publicada na segunda (8) pelo jornal Folha de S. Paulo, há pressão de parte do Partido Democrata e de ativistas para a criação de sanções contra o governo brasileiro.
Mas, em um primeiro momento, Biden deve apostar na criação de um programa de proteção envolvendo o Tesouro, o Departamento de Estado e as agências de cooperação internacional Usaid e DFC, com participação do Brasil e de outros países interessados.
Segundo o anúncio de Mourão, a partir de maio, o combate ao desmatamento deixará de ter apoio de forças militares, e ficará a cargo de funcionários de Ibama (Instituo Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Mourão é presidente do Conselho Nacional da Amazônia, recriado pelo governo Bolsonaro há cerca de um ano.
5. Radar corporativo
A temporada de resultados continua com os números da Suzano em destaque: a produtora de papel e celulose teve lucro líquido de R$ 5,914 bilhões no quarto trimestre do ano passado, forte salto ante o resultado positivo de R$ 1,175 bilhão registrado no mesmo período de 2019. O desempenho foi apoiado por um salto no resultado financeiro positivo da companhia, impulsionado por ganhos cambiais e com derivativos. A linha subiu de R$ 1,6 bilhão no quarto trimestre de 2019 para R$ 6,2 bilhões nos três meses encerrados em dezembro passado. Ajudou também no resultado geral do grupo uma melhora operacional com queda no custo de produção de celulose.
A Suzano ainda concluiu a captura de ganhos de sinergias com Fibria, atingindo no final de 2020 ganhos recorrentes estimados de R$ 1,3 bilhão antes de impostos.
O lucro do Banrisul teve queda de 41,5% no quarto trimestre de 2020 em comparação com o mesmo período de 2019, chegando a R$ 232 milhões. No quarto trimestre, a margem financeira foi de R$ 1.462,4 bilhão, alta de 18% na comparação com o trimestre imediatamente anterior. As provisões para perdas foram de R$ 401,3 milhões, 25,6% superiores ao terceiro trimestre. O índice de inadimplência de 90 dias foi de 2,31% em dezembro de 2020, queda de 1,06 ponto percentual em doze meses, ou de 0,67 ponto percentual em três meses.
A Raízen, joint venture entre Cosan e Shell, fechou na quarta um acordo com a IMC para abertura de unidades da rede Frango Assado em postos Shell, e migração de postos da IMC para a Shell. A IMC tem 19 postos com as bandeiras BR, Ale e Ipiranga, e é dona da marca Frango Assado, com 25 unidades no Brasil.
Sobre a Vale, o Valor informa que um grupo formado para representar os atingidos pelo rompimento da barragem de Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), entrou com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender a homologação do acordo feito entre a Vale e governo de Minas Gerais na semana passada. Ainda não foi sorteado relator para avaliar o pedido.
Ainda em destaque, Cruzeiro do Sul e Westwing estreiam na bolsa.
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